segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

O porque da minha falta de poemas

Minha inspiração se foi... ela se foi junto com o passar do ano, e se eu voltar a vê-la eu voltarei a escrever.
Minha inspiração tem nome, sobrenome, data de nascimento, RG, CPF, e faz alguns meses que não a vejo.
Meu útimo texto, ainda incompleto, foi só um jeito de fugir e encontrar mentalmente aquele que fisicamente não estou vendo.

Espero vê-lo o mais rápido possivel.

*SEM TÍTULO*

Era uma manhã chuvosa, a janela aberta clariava tudo, parecia uma manhã normal.
Eu estava ali, vendo a vida passar. Jogando fora alguns minutos da minha vida. A casa estava vasia. As cachorras dormiam.
E eu ali... parada.
Eu estava mesmo fazendo nada. E era bom... mas também era agoniante.
Preferi levantar. Da onde? Não sei. Nada existia. Maus olhos estavam me enganando. Esfreguei eles, e aos poucos foi aparecendo o que sempre estava naquele lugar.
O ar estava abafado. Era como se eu estivesse cozinhando.
Senti com meus pés o chão gelado. Andei. Passei pela sala e a observei: os sapatos, as meias, roupas e outros objetos estavam jogados em seus rotineiros lugares. Segui para a cozinha, a janela parecia estar sendo lavada por um forte jato d'água.
Não tinha fome.
Que horas eram? Não me interessava.
Abri a porta efui para a área. O chão o chão estava todo molhado. A água da chuva veio me molhar como uma onda calma. Alguma coisa estava diferente. Entrei na chuva, e me banhei com suas frias águas. Dei passos bem lentos, seguidos de voltas, olhando pra cima deixando molhar meu rosto.
Cheguei a área da frente. Tinha uma vegetação rasteira, decoradas lateralmente com flores de um rosa vibrante. As cachorras dormiam aconchegadamente uma nas outras.
O portão estava aberto. Saí. Me assustei com a água.
Não parecia minha rua.
Olhei pra trás.
Não parecia minha casa.
Onde eu estava? Isso sim me interessava.
Era "deserto". Nenhuma voz, nenhuma música. Só o barulho da chuva e o vento se encontrando...
Eu não estava nervosa, estava só aflita.
Foi quando despertou uma curiosidade em mim...Ao longe vi uma pessoa vindo em  minha direção. Forcei os olhos para ver se eu a conhecia . Mas nunca tinha a visto antes. Ela foi chegando com seus passos firmes e fazendo barulho com o jeans entre as pernas. Aparentava um pouco nervosa mas sua aparencia que acalentava como um abraço de mãe. Quanto mais se aproximava mais destacadas ficavam suas formas. Mulher formada (uns 35 anos), bonita, cabelos lisos e pretos. Não sei  porque mas me emocionei  ao ver-la. Me lembrava alguém que me trazia saudades. Foi quando ela chegou na minha frente e me disse: "Oi?"
Eu não consegui a dizer nada, o pranto pesava tanto quanto minha roupa molhada. A mulher me olhou com um olhar doce e seguiu seu caminho. Minha cabeça doía com tanto choro. Eu queria abracá-la, mas não a conhecia suficiente para fazer isso. Mesmo assim eu fui a trás dela , e quando me virei, não a vi. Ela já tinha sumido.
Preferi ir pelo mesmo caminho, foi quando eu vi a minha direita, uma praça que me chamou a atenção.
A chuva na quele momento era uma amiga, que escondia minhas lágrimas ainda recentes...

**CONTINUA**